Sob outros tons, mas desde esforços comuns, juntos somos trazidos também ao belíssimo registro que é a obra de Marli Silveira. Talvez não haja espaço institucionalizado tão afeito ao silêncio e à supressão da voz quanto o ambiente carcerário. Não obstante, aquilo que aparentemente se cala grita em poesia, em experiência, em tempos de vidas que teimam em dizer. Presos, porém jamais encerrados ou acabados. Eis a vida que as baterias de guerra do sistema penal – o cárcere é apenas uma delas – sempre tentarão calar. Mas sempre restarão histórias, traços que rasgam a paralisia de um tempo confinado diante do horror cotidiano derivado da lógica da violência legitimada [....] Aqui a ingenuidade de qualquer “convict criminology” – que possa pressupor a imunidade daqueles que sofrem as violências das mesmas forças que os oprimem – passa longe. Trata-se, antes de tudo, de fazer com que tomem a palavra e que das experiências surja um saber político. Se a prisão é um instrumento de repressão social, modo escandaloso de gerir diferencialmente as ilegalidades, romper a infâmia do seu sucesso, além de superar a hipocrisia reformadora, constitui tarefa primordial e impostergável. Que instantes como estes, retratados em livro, sirvam de inspiração e de força comuns. Augusto Jobim do Amaral
Peso: | 0,172 kg |
Número de páginas: | 112 |
Ano de edição: | 2019 |
ISBN 10: | 8555271045 |
ISBN 13: | 9788555271045 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Poesia e Poemas |
Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência no site e, ao continuar navegando, você concorda com essas condições. Acesse o nosso Portal de Privacidade para visualizar nossas Política de Privacidade, Política de Cookies e Termo de Compromisso e Uso do Site.
Avaliações