O mau vidraceiro (272 pp.) – cujo título foi retirado de uma das narrativas de Baudelaire nos Pequenos poemas em prosa – é uma reunião de 61 contos em que o artista plástico consagrado e escritor premiado que é Nuno Ramos matura o domínio dos seus meios literários, levando a arte fundamentalmente moderna da micronarrativa (Kafka, Cortázar etc.) a um grau de apuro poucas vezes alcançado. Se nas dimensões de parte dos textos o livro pode ser comparado, em termos brasileiros contemporâneos, aos de um Dalton Trevisan, a prosa de Nuno Ramos se diferencia, primeiro, por um maior rigor textual, distante do coloquialismo e da “prosa suja” de extração urbano-suburbana da linhagem do próprio Trevisan, ou de Rubem Fonseca e seguidores; segundo, por uma temática mais variada, que vai da realidade mais imediata à metafísica, passando pela política; terceiro, por um estilo necessariamente mais multiforme, a fim de dar conta de tal variedade: assim, cenas urbano-existenciais como “A glória” convivem com belas prosas poetizadas como “Ninguém”, que por sua vez convivem com a miséria escatológica de “A velha”, com a metalinguagem desiludida de “O deus leitor”, a releitura cortazariana de “Regras para a direção do corpo” ou a fabulação irônica de “Pantomima”. Também nas dimensões há variação, pois os contos podem ser verdadeiramente minúsculos, com apenas um parágrafo, ou conter “extensas” três ou quatros páginas. O que não varia é a referida precisão textual, de um autor atento às minúcias
Peso: | 0,386 kg |
Número de páginas: | 272 |
Ano de edição: | 2009 |
ISBN 10: | 8525048763 |
ISBN 13: | 9788525048769 |
Altura: | 19 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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