A ideia deste livro partiu de uma constatação e de uma inquietude: uma obsessão de julgamento assombra a nossa época. Toda a gente pretende julgar toda a gente. A escalada penal é pensada como paliativo do declínio do civismo. Para além do fenômeno, surge uma metamorfose do direito e das suas relações com a história e a política, de uma modificação dos seus marcos espaciais e temporais. Esta crítica do julgamento apoia-se nos desafios judiciários contemporâneos: o processo Papon, o caso Pinochet, a criação do Tribunal Penal Internacional. Que uso fazer do crime contra a humanidade, quando a sua definição não para de evoluir? Como julgar os ditadores? Como não confundir os papéis do testemunho e do perito, do juiz e do historiador quando a imprescritibilidade do crime se encavalita no tempo da história e no do tribunal? Este mal-estar não é apenas o do direito é também o da história. Com efeito, é muito forte a tentação, perante a fragilidade do julgamento humano e as suas prováveis fraquezas, de chamar a fetiches maiúsculos a história ou a humanidade e de deslizar do julgamento histórico, para o qual o apelo está sempre aberto, para o julgamento último do tribunal da História. Duvidosa faculdade de julgar.
Peso: | 0,38 kg |
Número de páginas: | 270 |
Ano de edição: | 2001 |
ISBN 10: | 9727713661 |
ISBN 13: | 9789727713660 |
Altura: | 23 |
Largura: | 16 |
Comprimento: | 2 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Concursos & Exames |
Assuntos : | Legislação e Códigos |
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