Como Picasso, que jogou a dor da guerra no rosto do mundo, Pablo Moreno rompe a casca do olhar o dele e o do leitor - já acostumado às feiuras e às belezas do cotidiano. Rasga a pele, fere. Revela, com a tinta das palavras, as dores das feridas abertas, mal cicatrizadas, não tratadas. A guerra: abandono, injustiça, perdas, dores tão profundas quanto banais. O que sei eu das dores dos outros? O que quero eu saber das dores dos outros? Para o cronista não se trata de querer. Como escreveu Ezra Pound, "os artistas são as antenas da raça" e, sendo antena, o cronista não escapa: vê, sente e, ainda bem, se expressa. A arte cumpre seu papel humanizador. O artista cumpre seu papel social. O artista, aqui, como Picasso em seu Guernica, mostra o feio, mas também revela a beleza possível o amor, os encontros, a memória afetiva, a solidariedade, a flor. E então seguimos acreditando que um mundo melhor é possível. A palavra-arte sendo dor e revelando a cura aos que enxergam a flor onde parece só haver lixo. Aquela flor de Drummond, que furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. Viva a arte a palavra-arte - que nos põe de frente, em frente, à frente da guerra e da flor. E nos faz melhores.
Peso: | 0,173 kg |
Número de páginas: | 112 |
Ano de edição: | 2018 |
ISBN 10: | 8555270243 |
ISBN 13: | 9788555270246 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 3 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Contos e Crônicas |
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