“Çeiva” refunda o alfabeto que é todo apresentado como espetáculo barroco de sonoridades, o grafema e seu(s) som(ns) numa sinfonia dionisíaca que é o resultado da vida criada pelo encontro do pensamento do poeta com a terra da linguagem. Aqui, o estado bruto da fala, atravessada por uma vertigem sonora nos captura para a selva dos sentidos. Disrupções no corpo das palavras, abalo sísmico que fissura as sílabas pelas artes do trovão de um deus tupã que dos céus desta cosmologia nos olha a nós, macunaímas, ímãs de significados tatuados em nossos corpos febris. O poema emerge em “Çeiva” como âncora do sentido: a língua, assim como a terra, é materna e a palavra é feminina em sua permanente esquiva, sua face lunar oculta prenhe de significados que podemos apenas intuir, nunca apreender no todo. A çeiva é da ordem do feminino, as águas, as águas infindas da terra brasilis – o som das águas é som da palavra, o som da seiva por dentro das plantas é o som da palavra, o crepitar da chama é o som da palavra, o baque das pedras no solo é o som da palavra, o vento das folhas é o som da palavra, numa permanente mímesis que infunde o tecido da poesia de Djami Sezostre. Assim, o poema nasce como uma flor percorrida por esta seiva sonora que nos dá o poeta. Nuno Rau
Peso: | 0,132 kg |
Número de páginas: | 65 |
Ano de edição: | 2019 |
ISBN 10: | 6580103280 |
ISBN 13: | 9786580103287 |
Altura: | 21 |
Largura: | 15 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Poesia e Poemas |
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